Relatório do Desenvolvimento Humano - 2013
A Ascensão do Sul: Progresso Humano num Mundo Diversificado
Quanto à evolução do Índice de Desenvolvimento Humano, que não tem
apenas em conta o produto e o rendimento, mas também a esperança de vida
e a escolaridade da população, as Nações Unidas estão otimistas ao
verificarem que "o ritmo de progresso do IDH foi mais rápido nos países
que se situam nas categorias baixa e média do desenvolvimento humano.
Trata-se de uma boa notícia", afirma o relatório, embora assinale que
"não será desejável, nem sustentável, que os progressos no IDH sejam
acompanhados pelo aumento das desigualdades de rendimento, padrões
insustentáveis de consumo, despesas militares elevadas e uma fraca
coesão social".
"Como foi possível a tantos países do Sul mudar as suas perspetivas em
matéria de desenvolvimento humano?", questiona a dada altura o relatório
da ONU, apontando três fatores para explicar essa evolução: "um Estado
pró-ativo no domínio do desenvolvimento; a exploração de mercados
mundiais e uma aposta numa política social inovadora". No entender do
relatório, estes fatores põem em causa as "abordagens preconcebidas e
prescritivas: por um lado, põem de lado uma série de procedimentos
coletivistas e geridos a nível central e, por outro, afastam-se da
liberalização desenfreada adotada pelo Consenso de Washington.
Portugal na contramão da estrada do desenvolvimento humano
Se o otimismo é a tónica geral do relatório em relação aos países do Sul, os leitores portugueses do relatório ficam sem grandes razões para festejar: o país é o campeão das descidas no Índice de Desenvolvimento Humano 2012, caindo 3 lugares. Portugal ocupa agora a 43ª posição em 187 países, entre os Emirados Árabes Unidos e a Letónia. Ou seja, está apenas 5 lugares acima da linha que separa os países com desenvolvimento humano na categoria "muito elevado" dos que pertencem à categoria "elevado". Em comparação, a Grécia manhtém-se estável no 29º lugar do índice e a Espanha também mantém o 23º lugar nesta lista de países.
A par do Indice do Desenvolvimento Humano, que "reflete o desenvolvimento humano potencial, que poderia ser alcançado se as realizações fossem distribuídas de forma igualitária entre os residentes" de cada país, a ONU apresenta o mesmo índice ajustado à desigualdade, que desconta "o valor médio de cada dimensão [saúde, educação e rendimento] de acordo com o seu nível de desigualdade". Neste índice ajustado à desigualdade, Portugal regista uma perda de 10,8% em relação ao índice original.
Este retrocesso do desenvolvimento humano português vem contrariar a tendência positiva que se registava nas últimas décadas.
Se o otimismo é a tónica geral do relatório em relação aos países do Sul, os leitores portugueses do relatório ficam sem grandes razões para festejar: o país é o campeão das descidas no Índice de Desenvolvimento Humano 2012, caindo 3 lugares. Portugal ocupa agora a 43ª posição em 187 países, entre os Emirados Árabes Unidos e a Letónia. Ou seja, está apenas 5 lugares acima da linha que separa os países com desenvolvimento humano na categoria "muito elevado" dos que pertencem à categoria "elevado". Em comparação, a Grécia manhtém-se estável no 29º lugar do índice e a Espanha também mantém o 23º lugar nesta lista de países.
A par do Indice do Desenvolvimento Humano, que "reflete o desenvolvimento humano potencial, que poderia ser alcançado se as realizações fossem distribuídas de forma igualitária entre os residentes" de cada país, a ONU apresenta o mesmo índice ajustado à desigualdade, que desconta "o valor médio de cada dimensão [saúde, educação e rendimento] de acordo com o seu nível de desigualdade". Neste índice ajustado à desigualdade, Portugal regista uma perda de 10,8% em relação ao índice original.
Este retrocesso do desenvolvimento humano português vem contrariar a tendência positiva que se registava nas últimas décadas.