terça-feira, 22 de novembro de 2011

Visita de Estudo ao Porto de Leixões - COLÉGIO VIEIRA DE CASTRO


"No âmbito da disciplina de Geografia, no dia 10 de Novembro, os alunos do 9º ano visitaram o Porto de Leixões (Leça da Palmeira/Matosinhos). A visita de estudo permitiu aos alunos conhecerem uma das principais portas de entrada da Europa em termos de mercadorias (16 milhões de toneladas são movimentadas anualmente), aferirem da importância dos transportes na economia portuguesa e compararem as vantagens e desvantagens do transporte marítimo, rodoviário e ferroviário. "

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Como a Goldman Sachs criou a Crise Alimentar


Não ponham as culpas nos apetites americanos, no aumento dos preços do petróleo, ou as colheitas geneticamente modificadas pelo aumento dos preços dos alimentos. Wall Street tem as maiores culpas pela disparada do custo da comida. Por Frederick Kaufman, Foreign Policy
O Goldman Sachs percebeu que nada é mais valioso do que o nosso alimento diário. O resultado foi desastroso para as populações. Foto de justinrussell
Foram necessárias as mentes brilhantes da Goldman Sachs para perceber a simples verdade de que nada é mais valioso do que o nosso alimento diário. E onde há valor, há a possibilidade de fazer dinheiro. Em 1991, funcionários da Goldman, liderados pelo precavido presidente Gary Cohn, vieram com um novo tipo de produto de investimento, um derivado que acompanhava 24 matérias brutas, de metais preciosos, a energia e café, cacau, gado, milho, suínos e trigo. Eles pesavam o valor de investimento de cada elemento, fundiam e misturavam as partes em somas, e depois reduziam o que seria uma complicada colecção de coisas reais a uma fórmula matemática, e que seria doravante denominada de Goldman Sachs Commodity Index (GSCI).
Durante mais ou menos uma década, o GSCI permaneceu um veículo de investimento relativamente estático, na medida em que os banqueiros estavam muito mais interessados em riscos e operações de garantia de dívida do que em algo que pudesse, literalmente, ser semeado ou colhido. Até que, em 1999, a Comissão de Comércio de Commodities Futuras desregulamentou os mercados de futuros. Subitamente, os banqueiros viram-se livres para assumir posições tão grandes quanto quisessem em cereais, uma oportunidade que, desde a Grande Depressão, só esteve à disposição para quem realmente tivesse alguma relação com a cadeia produtiva de alimentos.
A mudança surgia nas grandes bolsas de cereais de Chicago, Minneapolis e Kansas City – que, por 150 anos, ajudou a moderar as altas e as baixas dos preços globais de alimentos. A agricultura pode parecer bucólica, mas é uma indústria inerentemente volátil, sujeita às vicissitudes do clima, da doença e dos desastres naturais. O sistema de comércio de grãos futuros foi implantado pela primeira vez depois da Guerra Civil pelos fundadores da Archer Daniels Midland, o General Mills e Pilsbury, que ajudaram a estabelecer a América como a potência financeira que rivalizaria, e eventualmente ultrapassaria, a Europa. Além disso, os mercados de cereais também isolavam os fazendeiros e os moleiros americanos dos riscos inerentes à sua profissão. A ideia básica era o “contrato de futuro” (forward contract), um entendimento entre vendedor e comprador sobre o preço razoável para o trigo – mesmo antes da colheita. Não apenas o grão “futuro” ajudava a manter estável o preço do pão na padaria – ou, mais tarde, no supermercado – como também os fazendeiros eram resguardados pelo mercado contra colheitas más, tendo acesso a investimentos para as suas fazendas e negócios. O resultado: ao longo do século XX, o preço real do trigo diminuiu (a despeito de uma ou duas excepções, particularmente durante a espiral inflacionária dos anos 70), impulsionando o desenvolvimento do agro-negócio americano. Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA passaram a produzir, frequentemente, safras recorde, o que se transformou num elemento essencial das suas estratégias políticas, económicas e humanitárias durante o período da Guerra Fria – para não mencionar o facto de o grão americano ter alimentado milhões de famintos ao redor do planeta.
Os mercados futuros incluíam, tradicionalmente, dois tipos de personagem. De um lado estavam os fazendeiros, os moleiros e os armazenistas, personagens que possuem uma participação real no grão. Este grupo inclui não apenas agricultores de milho no Iowa ou fazendeiros de trigo do Nebraska, mas também grandes multinacionais como a Pizza Hut, Kraft, Nestlé, Sara Lee, Tyson Foods e McDonald’s – cujas acções na Bolsa de Valores de Nova York sobem e descem de acordo com a sua habilidade em levar comida às janelas dos carros, às portas de casa ou às prateleiras dos supermercados, a preços competitivos. Estes participantes do mercado são chamados hedgers “bona fide”, porque dependem, efectivamente, da compra e venda de cereais.
Do outro lado está o especulador. O especulador não produz nem consome milho ou soja ou trigo, e nem teria um lugar para stockar as 20 toneladas de cereal que possa vir a comprar em determinado momento, se é que o cereal seria realmente entregue. Os especuladores fazem dinheiro através do tradicional comportamento do mercado, a arbitragem de comprar barato e vender caro. E os outros personagens, os que realmente estão envolvidos com a mercadoria real, têm como regra geral dar as boas-vindas aos especuladores tradicionais, pelo fluxo sem fim de ordens de compra e venda que dão ao mercado liquidez e provêem aos hedgers “bona fide” uma forma de gerir riscos, permitindo-lhes vender e comprar apenas quando lhes interessa.
Mas o índice da Goldman perverteu a simetria deste sistema. A estrutura do GSCI não ligou um mínimo para os padrões de compra-venda/venda-compra com séculos de tradição. Este produto derivado ultramoderno era apenas “a coberto” (long-only, o detentor da posição lucra somente quando o preço da commodity aumenta), o que significa dizer que ele era construído para comprar commodities (matérias primas), e apenas comprá-las. No fundo desta estratégia “a coberto” está a intenção de transformar um investimento em commodities (antes, na alçada de especialistas) em algo que parecia muito com um investimento em acções – o tipo de classe de activo em que qualquer um pode investir dinheiro e deixá-lo aumentar por décadas (no sentido da General Electric ou Apple). Uma vez que o mercado de commodity foi transformado para parecer mais com o mercado de acções, os banqueiros passaram a contar com novos influxos de dinheiro vivo. Mas a estratégia “a coberto” possuía uma falha, pelo menos para nós que comemos. O GSCI não incluía um mecanismo de venda ou “venda a descoberto” de uma commodity.
Este desequilíbrio minou a estrutura inata dos mercados de commodities, exigindo que os banqueiros continuassem sempre a comprar – não importando a que preço. A cada vez que a data fim de um contrato futuro indexado “a coberto” de commodity se aproximava, os banqueiros precisavam “rolar” as ordens de compra multi-bilionárias acumuladas para os novos contratos futuros, dois ou três meses à frente. E uma vez que o impacto deflacionário da venda a descoberto de uma posição não fazia, simplesmente, parte do GSCI, os negociantes profissionais de grãos podiam se dar bem ao antecipar as flutuações de mercado que estas “rolagens” inevitavelmente causariam. “Vivo de dinheiro fácil,” disse à Businessweek o negociante de commodities Emil van Essen. Os negociantes de commodities empregados pelos bancos que criaram os fundos indexados de commodities pela primeira vez pegaram a maré do lucro.
Os banqueiros reconheceram ser um bom sistema quando o viram, e dezenas de hedgers especulativos seguiram a novidade e juntaram-se ao jogo dos índices de commodities, incluindo o Barclays, o Deutsche Bank, o Pimco, o JP Morgan Chase, a AIG, o Bear Stearns, e o Lehman Brothers, para ficar com apenas alguns dos propagadores dos fundos indexados de commodites. Estava montado o cenário da inflação alimentar, que pegaria desprevenidas algumas das maiores corporações da moagem, do processamento e do varejo nos Estados Unidos, e espalharia ondas de choque por todo o mundo.
O dinheiro conta a história. Desde a explosão da bolha tech em 2000, a quantidade de dólares investidos em fundos de commodites aumentou em 50 vezes. Para colocar o fenómeno em termos concretos: em 2003, o mercado de futuros de commodities totalizava modorrentos 13 mil milhões de dólares. Mas quando a crise financeira global pôs os investidores a fugir, assustados, no começo de 2008, e à medida que os dólares, libras e euros não inspiravam mais confiança, as commodities – inclusive alimentos – pareciam o último e melhor refúgio para os gordos fundos hedge, fundos de pensão e fundos soberanos. “Havia gente que não tinha a mínima ideia do que eram commodites e que, de repente, se pôs a comprá-las,” disse um analista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Nos primeiros 55 dias de 2008, os especuladores fizeram um derrame de 55 mil milhões de dólares nos mercados de commodities, e em Julho, já havia 318 mil milhões de dólares a agitar os mercados. A inflação alimentar tem ficado estável desde então.
O dinheiro fluía, e os banqueiros estavam preparados para o novo e fulgurante casino dos derivados alimentares. Encabeçados pelos preços do petróleo e gás (as commodites dominantes dos fundos indexados) os novos produtos de investimento incendiaram os mercados de todas as outras commodities indexadas, causando um problema familiar àqueles versados em história das tulipas, dot-coms e mercados imobiliários baratos: uma bolha alimentar. O trigo da classe hard red spring, que normalmente era comercializado com preços entre 4 a 6 dólares o bushel, quebrou todos os recordes anteriores, à medida que os contratos futuros entravam na adolescência, e continuou subindo até atingir a marca de 25 dólares o bushel. E assim, de 2005 a 2008, os preços mundiais de comida tiveram um aumento de 80% – e continuam a subir. “Não há precedentes na quantidade de capital de investimento colocada nos mercados de commodites,” disse Kendell Keith, presidente da Associação Nacional de Grãos e Comida. “Não há dúvida que tem havido especulação.” Olivier De Schutter, o relator especial das Nações Unidas para o direito ao alimento, concluiu, numa nota à imprensa, que em 2008 “uma parte significativa dos picos de preços se devia à emergência de uma bolha especulativa.”
O que acontecia nos mercados de grãos não era resultado de “especulação” no sentido tradicional de comprar barato para vender caro. Hoje, juntamente com o índice cumulativo, o indice GSCI da Standard & Poor's provê 219 diferentes índices, de tal forma que os investidores possam clicar no sistema Bloomberg e apostar em qualquer coisa, do paládio ao óleo de soja, de biocombustíveis a rações para gado. Mas o boom de novas oportunidades especulativas nos mercados globais de grãos, óleo comestível e carne criaram um círculo vicioso. Quanto mais sobe o preço das commodities de alimentos, mais dinheiro é injectado no sector, e mais os preços sobem. De fato, de 2003 a 2008, o volume da especulação de fundos indexados aumentou em 1.900 por cento. “O que nós estamos a viver é um choque de procura proveniente de uma nova categoria de participantes nos mercados de futuros de commodities,” testemunhou o gerente de fundos hedge Michael Masters no Congresso americano durante a crise alimentar de 2008.
O resultado do empreendimento de Wall Street em grãos, comida e gado foi o choque no sistema global de produção e fornecimento de alimentos. O fornecimento mundial de alimento, agora, não tem apenas que lutar com ofertas reduzidas e aumento de procuras, mas também com a tendência de alta artificial dos preços de grãos futuros inventada pelos bancos de investimento. O resultado: o preço de um trigo imaginário sobrepõe-se ao do trigo real, enquanto os especuladores (tradicionalmente, um quinto do mercado) agora ultrapassam os hedgers “bona-fide” na proporção de quatro para um.
Hoje, são os banqueiros e negociantes que se situam no topo da cadeia alimentar – os carnívoros do sistema, devorando todos e tudo abaixo deles. Perto da base, labuta o agricultor. Para ele, a alta no preço dos grãos deve ter representado um lucro inesperado, mas a especulação também gerou altas de preços em tudo o que o agricultor precisa comprar para fazer crescer a sua plantação – desde sementes a fertilizantes e diesel. E na base fica o consumidor. O americano médio, que gasta aproximadamente 8 a 12 por cento do seu rendimento em comida, não sentiu de imediato o impacto da alta de preços. Mas para os 2 mil milhões de pessoas ao redor do mundo que gastam mais de 50 por cento do seu rendimento com comida, os efeitos foram devastadores: 250 milhões de pessoas ingressaram nas fileiras dos famintos em 2008, elevando o total mundial de “alimentarmente inseguros” ao pico de mil milhões – um número nunca dantes visto.
Qual é a solução? Na última visita que fiz à Feira de Grãos de Minneapolis, perguntei a um grupo de corretores de trigo o que aconteceria se o governo dos EUA simplesmente criminalizasse o comércio exclusivo com commodites alimentares por bancos de investimento. A reacção deles: risos. Com apenas uma chamada telefónica para um hedger “bona-fide”, como a Cargill ou a Archer Daniels Midland, e uma troca secreta de activos, a carteira de mercados futuros de um banco torna-se idêntica à de um comprador de trigo. E se o governo criminalizasse todos os produtos exclusivamente derivados, perguntei? Mais uma vez, risos. O problema seria novamente resolvido com apenas uma chamada, desta vez, para um escritório comercial em Londres ou Hong Kong; os novos mercados derivados de alimentos adquiriram proporções supranacionais, além do alcance das leis soberanas.
A volatilidade nos mercados alimentares também golpeou o que poderia ter sido uma grande oportunidade para a cooperação global. Quanto mais alto o custo do milho, da soja, do arroz e do trigo, mais as nações produtoras de grãos deveriam cooperar de forma a garantir que nações importadoras em pânico (e geralmente pobres) não aumentem ainda mais os dramáticos contágios de inflação alimentar e levantamentos políticos. Ao invés disso, países nervosos responderam com políticas do tipo salve-se quem puder, indo desde proibições à exportação e à acumulação de grãos, passando por monopolização de terras neo-mercantilistas em África. E as tentativas de conter a especulação de grãos feitas por activistas ou agências internacionais caíram no vazio. Enquanto isso, os fundos indexados continuam a prosperar, os banqueiros a embolsar os lucros, e os pobres do mundo cambaleiam à beira da inanição.
Traduzido por Gustavo Lapido Loureiro
FONTE:  http://www.foreignpolicy.com

domingo, 18 de setembro de 2011

Hotelaria mantém evolução positiva - Julho de 2011
12 de Setembro de 2011

Resumo
No mês de Julho de 2011, os estabelecimentos hoteleiros registaram 5,1 milhões de dormidas, correspondendo a um acréscimo homólogo de 10%. O Algarve foi a principal região de destino (44,6% do total de dormidas), com um crescimento homólogo de 9,5%, para o qual contribuiu um expressivo aumento da procura por parte de alguns dos principais mercados emissores da Região.
A nível nacional, os proveitos totais atingiram 240,8 milhões de euros e os de aposento 172,8 milhões, representando crescimentos homólogos de 11,1% e 12,5% respectivamente.
FONTE: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=106165592&DESTAQUESmodo=2

domingo, 21 de agosto de 2011

E assim vai o mundo

«O conjunto  das 358 pessoas mais ricas é igual ao rendimento dos 45% da população mundial mais pobre, ou seja, 2,3 biliões de pessoas. As 200 pessoas mais ricas do mundo mais do que dobraram as suas posses de 1994 a 1998, para mais de um trilião de dólares. Os portfólios financeiros dos três maiores bilionários do mundo representam um volume de capital superior ao Produto Nacional Bruto (PNB) de todos os países menos desenvolvidos do mundo e dos seus 600 milhões de habitantes».
In David Harvey, A brief history of neoliberalism. Oxford University Press, 2005, p.35.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

David Harvey Geógrafo, professor emérito do Graduate Center da City University of New York.

“O capitalismo bestial ataca nas ruas”, por David Harvey

O capitalismo bestial deve ser levado a julgamento por crimes contra a humanidade, tanto quanto por crimes contra a natureza. Infelizmente, isso é o que os agitadores da Inglaterra nem vêem nem exigem.
Woolwich, Londres, 9 de Agosto de 2011 – Foto de kenjonbro/Flickr
Woolwich, Londres, 9 de Agosto de 2011 – Foto de kenjonbro/Flickr
“Adolescentes niilistas e bestiais”. Foi como o Daily Mailos apresentou: os jovens enlouquecidos, vindos de todas as vias da vida, que correram pelas ruas sem pensar, atirando desesperadamente tijolos, pedras e garrafas contra os polícias, saqueando aqui, incendiando ali, levando as autoridades a uma também enlouquecida caçada de salve-se quem puder/agarre o que conseguir, enquanto os jovens iam alterando os seus alvos estratégicos, saltando de um para outro.
A palavra “bestial” saltou-me à vista. Lembrou-me que os communardsem Paris em 1871 foram mostrados como animais selvagens, como hienas, que mereciam ser (como foram, em vários casos) sumariamente executados, em nome da santidade da propriedade privada, da moralidade, da religião e da família. Mas em seguida a palavra trouxe-me outra associação: Tony Blair atacando os “média bestiais”, depois de ter vivido durante tanto tempo confortavelmente alojado no bolso esquerdo de Rupert Murdoch, até que Murdoch meteu a mão no bolso direito e de lá tirou David Cameron.
Evidentemente haverá o debate histérico de sempre entre os sempre prontos a ver a agitação das ruas como questão de pura, simples e imperdoável criminalidade, e os ansiosos por contextualizar eventos em termos de polícia incompetente; de eterno racismo e injustificada perseguição aos jovens e às minorias; de desemprego em massa entre os jovens; de pauperização incontrolável da sociedade; de uma política autista de austeridade que nada tem a ver com a economia e tudo tem a ver com a perpetuação e a consolidação da riqueza e do poder individuais. Haverá até quem condene o sem sentido e a alienação de tantos trabalhos e empregos e tal desperdício da vida de todos os dias, de tão imenso, mas desigualmente distribuído, potencial para o florescimento humano.
Se tivermos sorte, haverá comissões e relatórios que dirão tudo, outra vez, que já foi dito sobre Brixton e Toxteth nos anos Thatcher. Digo “sorte”, porque os instintos bestiais do actual primeiro-ministro parecem tender mais a mandar usar canhões de água, a convocar a brigada do gás lacrimogéneo e a usar balas revestidas de borracha, ao mesmo tempo em que ele untuosamente pontifica sobre a perda da bússola moral, o declínio da civilidade e a triste deterioração dos valores da família e da disciplina entre os jovens sem lar.
Mas o problema é que vivemos em sociedade na qual o próprio capitalismo se tornou desenfreadamente fera. Políticos-feras mentem nos gastos, banqueiros-feras assaltam a bolsa pública até ao último vintém, altos executivos, operadores de hedge fundse génios do lucro privado saqueiam o mundo dos ricos, empresas de telemóveis e cartões de crédito cobram misteriosas tarifas nas contas de todos, empresas de retalho aumentam os preços, por baixo do chapéu artistas vigaristas e golpistas aplicam os seus golpes até entre os mais altos escalões do mundo corporativo e político.
Uma economia política de saqueio das massas, de práticas predatórias que chegam ao assalto à luz do dia, sempre contra os mais pobres e vulneráveis, os simples e desprotegidos pela lei – isso é hoje a ordem do dia. Alguém ainda crê que seja possível encontrar um capitalista honesto, um banqueiro honesto, um político honesto, um comerciante honesto ou um delegado de polícia honesto? Sim, existem. Mas só como minoria, que todos os demais consideram idiotas. Seja esperto. Passe a mão no lucro fácil. Fraude, roube! A probabilidade de ser apanhado é baixa. E em qualquer caso, há muitos meios para proteger a fortuna pessoal e impedir que seja tocada pelos golpes das corporações.
Tudo isso, dito assim, talvez choque. Muitos de nós não vemos, porque não queremos ver. Claro que nenhum político se atreve a dizer estas coisas e a imprensa só publicaria, se algum dia publicasse, para escarnecer de quem dissesse. Mas acho que todos os que correm pelas ruas agitando a cidade sabem exactamente a que me refiro. Estão a fazer o que todos fazem, embora de modo diferente – mais flagrante, mais visível, nas ruas. O thatcherismodespertou os instintos bestiais do capitalismo (o “espírito animal” do empreendedor, como o chamam timidamente) e, desde então, nada surgiu que os domasse. Destruir e queimar é hoje a palavra de ordem das classes dominantes, de facto, em todo o mundo.
Essa é a nova normalidade sob a qual vivemos. Isso deveria preocupar o presidente do inquérito que rapidamente será nomeado. Todos, não só os jovens agitadores, devem ser responsabilizados. O capitalismo bestial deve ser levado a julgamento por crimes contra a humanidade, tanto quanto por crimes contra a natureza.
Infelizmente, isso é o que os agitadores nem vêem nem exigem. Tudo conspira para nos impedir de ver ou exigir exactamente isso. Por isso o poder político tão facilmente se traveste na roupagem da moralidade e de uma razão repugnante, de modo que ninguém veja a corrupção nua e a irracional estupidez.
Mas há réstias de esperança e luz em todo o mundo. O movimento dos indignados na Espanha e na Grécia, os impulsos revolucionários na América Latina, os movimentos camponeses na Ásia, todos esses começam a ver através da imundície que o capitalismo global, predatório, bestial lançou sobre o mundo. O que ainda falta para que todos vejamos e comecemos a agir? Como se poderá começar tudo outra vez? Que rumo tomar? As respostas não são fáceis. Mas uma coisa já se sabe: só chegaremos às respostas certas, se fizermos as perguntas certas.
Artigo publicado em Counterpunch e disponível também em davidharvey.org, traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu para redecastorphoto.blogspot.com

terça-feira, 12 de abril de 2011

7º F - DIRECÇÃO DE TURMA

Caros alunos,
informo que a pauta de avaliação amanhã (4ª feira) estará disponível on-line no sítio da escola.


Boa interrupção lectiva e gastem muita energia nestes dias!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

RESULTADOS - 9º C - Questão-Aula

ANA CAROLINA V MIRANDA
BOM –
ANA RITA R ALMEIDA
SUFICIENTE (-)
ANA RITA S V NETO
SUFICIENTE (-)
ANA SOFIA N SILVA
SUFICIENTE
ANDREIA SOFIA P MONTEIRO
SUFICIENTE (-)
BARBARA INES S BARBOSA
MUITO BOM
CLAUDIA PATRICIA S GASPAR
BOM (-)
DANIELA MOURA G SANTANA
MUITO BOM
DANIELA PATRICIA F COSTA
SUFICIENTE
DANIELA PATRICIA M BARBOSA
SUFICIENTE
HELENA ISABEL F SALES
MUITO BOM
JOANA FILIPA R G RIBEIRO
 INSUFICIENTE (+)
JOAO PEDRO P MOREIRA
SUFICIENTE


MANUEL ANTONIO B NOGUEIRA
BOM (+)
MARIA INES P RODRIGUES
MUITO BOM
MARIA JOAO C M M SOUSA
BOM
MARIANA SILVA RIBEIRO
SUFICIENTE (-)
MIGUEL PEDRO A S ROCHA
INSUFICIENTE
NUNO RICARDO G LOUREIRO
MUITO BOM
PAULA ALEXANDRA G PEREIRA
MUITO BOM
PEDRO GRACIANO P BARBOSA
BOM
PEDRO MANUEL P S OLIVEIRA
SUFICIENTE +
PEDRO PAULO A M AZEREDO
INSIFICIENTE +
RODRIGO JOSE B B M AGUIAR
SUFICIENTE

domingo, 3 de abril de 2011

RESULTADOS - 8º E - TESTE DE ETAPA

ADRIANA CRISTINA S MOREIRA
58
ALEXANDRA LUISA M MACHADO
62
AMARO ANTÓNIO S LEITE
96
ANA CATARINA P ALMEIDA
60
BEATRIZ POMBO SOUSA
63
BRUNO ALEXANDRE G SOUSA
93
BRUNO JOSÉ S SILVA
50
CELSO DIOGO S SOARES
33
CLÁUDIA ALEXANDRA R SOUSA
74
DIANA PATRÍCIA P SANTOS
70
DIOGO EMANUEL B SILVA
50
EMANUEL SANTOS COSTA
73
ISABEL SOFIA M MOREIRA
51
JESSICA CRISTIANA S FERREIRA
45
JOANA PATRÍCIA S SALES
81
JOÃO PEDRO S MENEZES
96
JOSÉ CARLOS B TEIXEIRA
67
JOSE FILIPE R FERREIRA
78
LAURENTINO MIGUEL M SOARES
68
MANUEL ANTÓNIO P V C PEREIRA
80
MARCO DANIEL S RIBEIRO
54
MIGUEL ÂNGELO T SOUSA
57
NATERCIA RAQUEL L CORREIA
56
NUNO EMANUEL F RIBEIRO
87
RUBEN DIOGO P TEIXEIRA
97
RUTE SOFIA S GOMES
64
SORAIA CATARINA S LARANJEIRA
65
TELMA FILIPA G PINTO
48

sábado, 2 de abril de 2011

RESULTADOS - 7º C - TESTE DE ETAPA


A aluna Márcia vai realizar o teste na 3ª feira.

Álvaro Silva
56
Ana Margarida Silva
50
Ana Sofia Cunha
45
Anabela Soares
48
António Reis
44
Daniela Sousa
63
Diogo Nunes
58
Filipe Mesquita
34
Helena Costa
55
Inês Sofia
56
Isabel Cristina
90
Joana Sousa
67
João Cardoso
83
João Pedro Leite
37
Joaquim Cunha
54
José Barbosa
41
Juliana Moreira
29
Luís Carlos
75
Luís Miguel
51
Márcia Isabel Bernardo
A)
Márcia Sofia Rocha
35
Nuno Marques
70
Patrícia Castro
76
Pedro Sousa
44
Rui Carlos
45
Sérgio Monteiro
44
Soraia Pinto
51
Vera Mendes
77

sábado, 26 de março de 2011

RESULTADOS - 7º D - TESTE DE ETAPA


ANDRE FILIPE S PEREIRA - 57%
ANA RITA B PEDROSO - 96
CARLOS MANUEL R SILVA - 50
CLAUDIA CRISTINA S COUTO - 83
CLAUDIA SOFIA S BARBOSA - 74
DIANA MARIA B SOUSA - 56
FILIPA RAQUEL TEIXEIRA -  92
FLAVIA CRISTINA S MOURA - 55
HUGO ALEXANDRE A S COUTO - 36
ILIDIA NATIVIDADE R PINTO - 84
INES RAQUEL F VIEIRA - 64
IVO MARCELO N S PINTO - 63
JOANA MAFALDA S CAMPOS - 83
JOAO PEDRO R SOUSA - 97
JOEL FERNANDO R VIEIRA - 51
JOSE FILIPE C SANTOS - 94
JOSE PAULO F NUNES - 91
MARIANA SOFIA F BARBOSA - 82
MARTA FILIPA F VIEIRA - 83
PEDRO JOSE R GOMES - 72
PEDRO MIGUEL B A SOUSA - 60
RAQUEL ALEXANDRA C OLIVEIRA - 68
RENATO EMANUEL P RIBEIRO - 68
RODRIGO SOUSA R GONCALVES - 96
ROGERIO ANTONIO M LOPES - 52
SILVERIO MANUEL P RODRIGUES - 39
TIAGO MIGUEL S ROCHA - 42
VITORIA MARISA C LEITE - 90